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POVOS INDIGENAS
Povos indígenas são grupos de pessoas que habitam um território antes da chegada dos colonizadores e que compartilham um laço ancestral com a terra. A palavra "indígena" significa "originário" ou "natural do lugar em que vive". É um termo que valoriza a diversidade de cada povo. No Brasil, os povos indígenas são os que habitavam o território antes da chegada dos europeus, por volta do século XV. Os povos indígenas têm uma forte conexão com a terra e os recursos naturais, que são partes essenciais de suas identidades, culturas e bem-estar. Por isso, eles desempenham um papel importante na preservação ambiental. No mundo, existem vários povos indígenas, como os Mapuche, os Maori, os Inuiti e os Aborígenes.
Os indígenas (também designados aborígenes, originários, autóctones, ou nativos) são pessoas que viviam e vivem em uma área geográfica (denominada população) desde a "colonização" da região por outros povos estrangeiros, ou são pessoas que após a colonização da região em que ainda residem não se identificam com o povo que a colonizou (tendo cultura própria diferenciada) e, que mantêm um modo de vida intimamente ligado ao meio ambiente natural em que vivem. Os povos indígenas incluem povos muito diferentes espalhados por todo o mundo, que em comum, têm o fato de que cada um se identifica com uma comunidade específica, diferente acima de tudo da cultura do colonizador.
A Organização das Nações Unidas define que:
“ As comunidades, os povos e as nações indígenas são aqueles que, contando com uma continuidade histórica das sociedades anteriores à invasão e à colonização que foi desenvolvida em seus territórios, consideram a si mesmos distintos de outros setores da sociedade, e estão decididos a conservar, a desenvolver e a transmitir às gerações futuras seus territórios ancestrais e sua identidade étnica, como base de sua existência continuada como povos, em conformidade com seus próprios padrões culturais, as instituições sociais e os sistemas jurídicos.”
Os povos são geralmente descritos como indígenas quando mantêm tradições ou outros aspectos de uma cultura primitiva associada a uma determinada região; nem todos os povos indígenas compartilham essa característica,pois muitos foram forçados a adotar elementos substanciais de uma cultura colonizadora, como roupas, religião ouidioma. Os povos indígenas podem ser assentados em uma determinada região (sedentários) ou exibir um estilo de vida nômade em um grande território, mas geralmente estão historicamente associados a um território específico do qual dependem. As sociedades indígenas são encontradas em todas as zonas climáticas habitadas e continentes do mundo, exceto na Antártida.
Como os povos indígenas continuam a enfrentar ameaças à sua soberania, bem-estar econômico, línguas, formas de conhecimento e acesso aos recursos dos quais dependem suas culturas, direitos políticos foram estabelecidos no direito internacional pelas Nações Unidas, a Organização Internacional do Trabalho e o Banco Mundial. Em 2007, as Nações Unidas aprovaram a Declaração sobre os Direitos dos Povos Indígenas (UNDRIP) para orientar as políticas nacionais dos Estados membros em relação aos direitos coletivos dos povos indígenas, incluindo cultura, identidade,idioma e acesso a emprego, saúde e qualidade de vida, educação e recursos naturais, apesar de esses direitos serem constantemente violados. O Dia Internacional dos Povos Indígenas do Mundo é comemorado em 9 de agostode cada ano.
POR REGIÇAO
Oceania
Na maior parte da Oceania, os povos indígenas superam os descendentes de colonos. As exceções incluem Austrália, Nova Zelândia e Havaí. De acordo com o censo de 2013, os Maoris da Nova Zelândia representam 14,9% da população da Nova Zelândia, e menos da metade (46,5%) de todos os residentes Maoris identificam-se apenas como Maoris. Os Maori são indígenas da Polinésia e estabeleceram-se na Nova Zelândia há relativamente pouco tempo, com migrações que se acredita terem ocorrido no século XIII. Na Nova Zelândia, os grupos Maoris pré-contato não se viam necessariamente como um só povo, portanto, agrupar-se em arranjos comunitários (iwi) tornou-se um arranjo mais formal em tempos mais recentes. Muitos líderes nacionais maoris assinaram um tratado com os britânicos, o Tratado de Waitangi (1840),visto em alguns círculos como formando a moderna entidade geopolítica que é a Nova Zelândia.
A maioria da população da Papua Nova Guiné (PNG) é indígena, com mais de 700 etnias diferentes reconhecidas em uma população total de oito milhões, que falam cerca de 850 idiomas. A constituição e os principais estatutos do país identificam as práticas tradicionais ou costumeiras e a posse da terra, e são explicitamente estabelecidos para promover a viabilidade dessas sociedades tradicionais no Estado moderno. No entanto, conflitos e disputas sobre o uso da terra e os direitos aos recursos continuam entre os grupos indígenas,o governo e entidades corporativas.
Brasil
O Caçador de Escravos de Jean-Baptiste Debret.
No Brasil os indígenas são oficialmente reconhecidos como uma das comunidades tradicionais brasileiras (Decreto Presidencial 6 040 de 2007). E a presença desses no território brasileiro é de cerca de 12 000 anos anterior ao processo de ocupação territorial estabelecido pelos colonizadores que chegaram no território hoje chamado de Brasil[16] (região originalmente denominada Pindorama, da língua tupi "Terra das Palmeiras"). Segundo estimativas de alguns documentos feitos na atualidade, a população indígena brasileira variava entre três e cinco milhões de habitantes indígenas. Nessa vasta população, havia a presença de etnias de diferentes filiações linguísticas, entre as quais se podem citar os panos, caribes, tupi-guaranis, jês e outros.
O estupro de nativos, o processo de união de negros e indígenas num só espaço precarizado com objetivo eugenista, entre outros fenômenos de apagamento cultural, contribuíram para a favelização diante das dificuldades para se manter no meio urbano.
Reservas indígenas no Brasil
Como o próprio nome diz, Reservas Indígenas no Brasil são áreas federais reservadas para a utilização dos indígenas para servir-lhes como meio de subsistência. Essas áreas são importantes para a conservação cultural brasileira. Em 2008, as áreas de reservas destinadas a grupos de indígenas no Brasil ocupavam cerca de 12,5% doterritório nacional. Desde sua criação, há inúmeros projetos objetivando o fim dessas reservas e violando essas áreas.
Na maior parte da Oceania, os povos indígenas superam os descendentes de colonos. As exceções incluem Austrália, Nova Zelândia e Havaí. De acordo com o censo de 2013, os Maoris da Nova Zelândia representam 14,9% da populaçãoda Nova Zelândia, e menos da metade (46,5%) de todos os residentes Maoris identificam-se apenas como Maoris. Os Maori são indígenas da Polinésia e estabeleceram-se na Nova Zelândia há relativamente pouco tempo, com migrações que se acredita terem ocorrido no século XIII. Na Nova Zelândia, os grupos Maoris pré-contato não se viam necessariamente como um só povo, portanto, agrupar-se em arranjos comunitários (iwi) tornou-se um arranjo mais formal em tempos mais recentes. Muitos líderes nacionais maoris assinaram um tratado com os britânicos, o Tratado de Waitangi (1840), visto em alguns círculos como formando a moderna entidade geopolítica que é a Nova Zelândia.
A maioria da população da Papua Nova Guiné (PNG) é indígena, com mais de 700 etnias diferentes reconhecidas em uma população total de oito milhões, que falam cerca de 850 idiomas. A constituição e os principais estatutos do país identificam as práticas tradicionais ou costumeiras e a posse da terra, e são explicitamente estabelecidos para promover a viabilidade dessas sociedades tradicionais no Estado moderno. No entanto, conflitos e disputas sobre o uso da terra e os direitos aos recursos continuam entre os grupos indígenas,o governo e entidades corporativas.
Europa
Indígena Sami com vestido tradicional.
Na Europa, a maioria dos grupos étnicos são nativos da região no sentido de tê-la ocupado por muitos séculos ou milênios. No entanto, as populações indígenas atuais, conforme reconhece a definição da ONU, são relativamente poucas e estão confinadas principalmente ao Norte e Extremo Oriente.
Populações de minorias indígenas notáveis ??na Europa que são reconhecidas pela ONU incluem os povos fino-úgricos nenets, samoiedos e cómis do norte da Rússia; circassianos do sul da Rússia e do norte do Cáucaso; tártaros da Crimeia na Ucrânia; e os povos sámi do norte da Noruega, Suécia e Finlândia e noroeste da Rússia (em uma área também conhecida como Sápmi).
O impacto da conquista russa da Sibéria foi significativo. A conquista russa da Sibéria foi acompanhada de massacres devido à resistência indígena à colonização pelos cossacos russos. Nas mãos de figuras como Vasilii Poyarkov em 1645 e Yerofei Khabarov em 1650, alguns povos como os daur foram massacrados pelos russos. Dos 20 000 habitantes de Kamchatka, 8 000 sobreviveram após meio século de massacre pelos cossacos.
Em 1864, ocorreu o evento conhecido como Genocídio Circassiano, no qual cerca de 1 milhão a 1,5 milhão de circassianos foram mortos e outro milhão foi deportado. Durante o século XX, ocorreram vários episódios de genocídio de minorias indígenas, como parte de políticas de limpeza étnica. O Império Otomano cometeu genocídio contra as minorias armênia, assíria e grega, em seu território.
Na Alemanha nazista, programas de extermínio tiveram como alvo judeus e ciganos (Porajmos); poloneses, considerados racialmente inferiores, sofreram uma campanha de destruição da sua identidade cultural, e a população indígena polonesa foi substituída por colonizadores alemães. Na União Soviética, foi feita tentativa de destruir a população indígena ucraniana por meio do holodomor, e foram implementadas políticas de transferência populacional que afetaram as populações vainakh (deportação de chechenos e inguches); nomes de locais da Chechênia e da Ingushétia foram substituídos por outros russos; mesquitas e cemitérios foram destruídos e foram queimados incontáveis ??manuscritos e livros — um patrimônio inestimável, no estilo histórico de Nakh. Houve também a deportação em massa dos povos bálticos (Operação Priboi), realizada pelos soviéticos.
África
No período pós-colonial, o conceito de povos indígenas específicos dentro do continente africano ganhou maior aceitação, embora não sem controvérsia. Os diversos e numerosos grupos étnicos que constituem a maioria dos Estados africanos independentes modernos contêm em si vários povos cujos status, culturas e estilos de vida de pastoreio ou caçador-coletor são geralmente marginalizados e isolados das estruturas políticas e econômicas dominantes na nação. Desde o final do século XX, esses povos têm buscado cada vez mais o reconhecimento de seus direitos como povos indígenas distintos, tanto em contextos nacionais como internacionais.
Ásia
Crianças kalash, do Paquistão
O povo nivkh é um grupo étnico indígena Sakhalin, que tem alguns falantes da língua nivkh, mas sua cultura pesqueira está em perigo devido ao desenvolvimento do campo de petróleo Sakhalin a partir dos anos 1990.
Na Indonésia, existem entre 50 e 70 milhões de pessoas que são classificadas como povos indígenas. No entanto, o governo indonésio não reconhece a existência de povos indígenas, classificando todos os grupos étnicos indonésios nativos como "indígenas", apesar das claras distinções culturais de certos grupos. Nas Filipinas, existem 135 grupos etnolinguísticos, a maioria dos quais são considerados povos indígenas pelos principais grupos étnicos indígenas do país. Os povos indígenas da região administrativa da Cordilheira e do Vale Cagayan nas Filipinas são os igorot.
Os povos indígenas de Mindanau são os povos lumad e moro (Tausug, Maguindanao Maranao e outros) que também vivem no Arquipélago de Sulu. Existem igualmente outros grupos de povos indígenas em Palawan, Mindoro, Visayas e no resto do centro e sul de Luzon. O país possui uma das maiores populações indígenas do mundo. Em Mianmar, os povos indígenas incluem shan, karen, rakhine, karenni, chin, kachin e mon. Porém, há mais etnias consideradas indígenas, por exemplo, os akha, lisu, lahu ou mru, entre outros.
Povos não contatados, também chamados povos isolados ou povos perdidos, são comunidades que, por decisão própria ou por determinadas circunstâncias, vivem em isolamento total ou sem contato significativo com a sociedade em geral. Poucos povos têm permanecido totalmente sem contato com a civilização dominante.
Ativistas dos direitos indígenas pedem que tais grupos sejam deixados isolados, respeitando-se o seu direito de autodeterminação. Também argumentam que essas populações não têm imunidade a doenças comuns,; o contato gera um risco de infectar os povos isolados e causar epidemias locais.
A maioria dos povos isolados está localizada em áreas de floresta densa na América do Sul e na Nova Guiné, mas há alguns grupos nas Ilhas Andamão, na Índia. A descoberta da existência desses povos geralmente acontece após encontros, às vezes violentos, com povos vizinhos ou casualmente, durante filmagens aéreas.
Em anos recentes, operadores de turismo de aventura vêm adotando a controversa prática de organizar excursões que incluem encontrar povos isolados. O primeiro contato com o mundo exterior geralmente é um prenúncio de desastre para esses povos. Em 2006, um documentário da BBC apresentou uma controversa operadora turística especializada em passeios escoltados para a "descoberta" de povos não contatados na Papua Ocidental.
A ONG Survival International estima que haja 107 povos não contatadas no mundo. A maioria está na Amazônia. No Brasil, esses grupos vivem principalmente ao longo do rio Boia, mas vão até o Maranhão, onde vivem os Awá, uma das últimas etnias nômades das Américas (Abya Yala) Em uma das Ilhas Andamão, na Índia, os sentineleses são considerados como o povo mais isolado do planeta, vivendo em condições análogas às dos homens do Paleolítico. Seriam cerca de 250 pessoas.
Oceania
Australia
Em 1984, um grupo de pessoas do povo Pintupi que vivia em uma tradicional vida de caçador-coletor foram rastreados no Deserto de Gibson na Austrália Ocidental. Pela primeira vez, eles encontraram pessoas da sociedade ocidental. Acredita-se que eles tenham sido a última tribo isolada na Austrália.
Nova Guiné
Grandes áreas da Nova Guiné ainda não foram exploradas por cientistas e antropólogos devido à densa floresta equatorial e ao terreno montanhoso da ilha. As províncias indonésias de Papua e Papua Ocidental, localizadas na ilha da Nova Guiné, são lar de um número estimado de 44 grupos étnicos ainda não contatados. Há relatos sobre a existência de grupos isolados nas ilhas do leste da Indonésia.
América do Norte
Acredita-se que o último povo nativo sem contato na América do Norte eram os povos Lacandón, contatados no início do século XX. Ambas as famílias Ishi Yahi, e Maya Lacadón, estavam cientes da colonização Europeia e a civilização que desenvolveu-se a partir dele, mas propositalmente evitou qualquer contato direto, preferindo interagir apenas com outros povos nativos.
Estados Unidos
Ishi, um Yahi, acredita-se que tenha sido o último Nativo Americano nos Estados Unidos que tenha vivido a maior parte da vida completamente fora da cultura dos Estados Unidos. Em 1911, com cerca de 50 anos, ele emergiu da vida "selvagem" próximo a Oroville, California, deixando sua terra ancestral em uma colina próximo a Lassen Peak.
México
O último grupo de pessoas a fazer contato dentro dos arredores do México foram o povo Lacandón, embora tenha sido uma população anteriormente urbana, que se retirou para a Selva Lacandona da Península de Iucatã para fugir da colonização Espanhola. Contato inicial foi estabelecido em 1924, embora fosse um número de décadas antes de emergirem completamente. Entretanto alguns tiveram escolha de entrar na cultura dominante, a população restante na selva ainda é bastante conservador em relação a seu contato com o mundo lá fora, e os números atuais são de 650 pessoas.
América do Sul
Bolívia
Mapa indicando a presença de grupos isolados da tribo dos Ayoreo entre o noroeste do Paraguai e o sudeste da Bolívia. Estima-se que a Bolívia tenha cerca de 20 famílias isoladas. Alguns dos povos isolados confirmados são: Ayoreo (no Parque nacional Kaa Iya), Mbya-Yuki (Terra Yuki e rio Usurinta) e os Yurakaré (em Santa Cruz e Beni).
Colômbia
Na Amazônia colombiana vivem povos e comunidades indígenas que, após a chamada febre da borracha, decidiram evitar o contato. Um deles é o povo Juri, da bacia del rio Puré e do rio Bernardo, entre os rios Japurá (do que são afluentes os anteriores) e o Içá. Em 2010 o fotógrafo Cristóbal von Rothkirch tirou fotografias aéreas de malocas dos juri e de outras de forma diferente, que poderiam ser dos passé e dos jumana.
Os nukak do Guaviare foram atingidos pela colonização de seu território a partir a partir de 1965. Têm sido atingidos por epidemias e pelo deslocamento forçado. Outros grupos isolados reportados, cuja existência não é confirmada, são hurúmi'i (um segmento dos yucunas do Amazonas); um grupo do alto rio Yari (Caquetá), que poderiam ser carijonas; e um grupo ao noroeste do río Apaporis na zona de seu afluente o Ajaju, perto do cerro Macuje, que poderiam ser nukak.
Peru
Até há poucos anos, a existência de povos indígenas isolados era negada pelo governo peruano. Em 2007, o então presidente do Peru, Alan García, proclamava: "Contra o petróleo, [os anticapitalistas] criaram a figura do nativo selvagem não conectado, ou seja, desconhecido mas presumível. Por isso milhões de hectares não devem ser explorados, e o petróleo peruano deve ficar debaixo da terra enquanto se paga no mundo 90 dólares por barril." No mesmo ano, o presidente da estatal Perupetro, Daniel Saba, pontificava: "É absurdo dizer que existem não contatados quando ninguém os viu." Ambos estavam errados. Na verdade, algumas das últimas tribos isoladas estão saindo da floresta tropical peruana e entrando em contato com as populações de vilarejos próximos, segundo uma pesquisa financiada pelo Pulitzer Center on Crisis Reporting e publicada pela revista norte-americana Science. Em agosto de 2013, cerca de 100 integrantes da tribo isolada Mashco Piro, que vive principalmente Parque Nacional de Manú, no leste do Peru, apareceram perto da comunidade de Monte Salvado e fizeram gestos ameaçadores. Em 2014, cerca de 100 guerreiros Mashco Piro invadiram a aldeia, enquanto a maioria dos habitantes estava fora, matando cães e galinhas, quebrando janelas e destruindo roupas. Em 1 de maio de 2015, ao sul do rio Curanja, fora do Parque Nacional de Manú, homens Mashco Piro dispararam uma flecha que matou um morador indígena de 20 anos de idade As aparições se multiplicam na floresta tropical da fronteira entre Brasil e Peru.
Em junho de 2014, sete Mashco-Piro apareceram na vila de Simpatia, às margens do rio Envira, no estado brasileiro do Acre. Eles se encontraram com os Ashaninka que vivem no local e pediram ajuda para se defender contra os ataques que estavam sofrendo, presumivelmente de narcotraficantes, e que resultaram na morte de vários deles. Além disso, apresentavam doenças respiratórias decorrentes do contato com os brancos.
Brasil
Ver também : Povos indígenas do Brasil Índios isolados (Estado do Acre, 2009).
Em 18 de janeiro de 2007, a FUNAI confirmou a presença de 67 tribos não contatadas no Brasil (com 32 confirmadas ), o que é mais do que foi relatado em 2005. Na floresta ao longo da fronteira entre Brasil e Peru, na bacia do rio Javari, está a maior concentração de povos isolados do mundo, sendo que no Brasil se encontra o maior número deles, embora também haja grupos isolados vivendo no Peru, além da Bolívia, Equador, Colômbia, Venezuela e na região do Chaco, no Paraguai.
Atualmente, segundo a Funai, há no Brasil cerca de 107 registros da presença de índios isolados em toda a Amazônia Legal. Esse número pode variar conforme a evolução dos trabalhos indigenistas. Nesses 107 registros, estão incluídos:
Grupos indígenas isolados, com os quais a Funai desenvolveu trabalhos sistemáticos de localização geográfica, que permitem não só comprovar sua existência, mas obter mais informações sobre seu território e suas características socioculturais;
Referências a índios isolados, ou seja, fortes evidências acerca da existência de grupos indígenas isolados, já incluídos e qualificados no banco de dados, embora sem comprovação por parte da Coordenação Geral de Índios Isolados da Funai; Informações de índios isolados, que são registradas na Funai após um processo de triagem, embora careçam de um estudo de qualificação. Com esses números, admite-se que o Brasil ultrapasse a ilha da Nova Guiné (dividida entre Indonésia e Papua-Nova Guiné) como a região com maior número de tribos não contatadas, ainda que os números da Papua-Nova Guiné não estejam disponíveis. Grupos indígenas no Brasil, em especial as tribos isoladas, são frequentemente envolvidos em conflitos e estão ameaçadas por desmatamentos, por invasões e pelo descaso governamental. O Brasil é o país que possui o maior número de povos não contatados em todo o mundo. As Terras Indígenas brasileiras que são reservadas exclusivamente para tribos isoladas, são as seguintes:
Terra Indígena Alto Tarauacá, no Acre – Várias tribos. (Isolados do Alto Tarauacá)
Terra Indígena Hi Merimã, no Amazonas – Hi-Merimã. (Isolados do médio Purus)
Terra Indígena Massaco, em Rondônia – Sirionó (Isolados do rio São Simão)
Terra Indígena Rio Omerê, em Rondônia – Kanoê do Omerê e Akuntsu
Terra Indígena Rio Muqui, em Rondônia – Isolados das cabeceiras do rio Muqui
Terra Indígena Kawahiva do Rio Pardo, entre os Estados do Mato Grosso e do Amazonas – Isolados do Rio Pardo (Tupi-Guarani-Kawahibi).
Terra Indígena Riozinho do Alto Envira, no Acre – Isolados do Riozinho/Envira. (Parte do grupo Papavo)
Terra Indigena Xinane Isolados, no Acre – Não identificados.
Terra Indígena Tanaru (em estágio de demarcação), em Rondônia – Apenas um único indivíduo, conhecido como o Índio do Buraco (ou Índio Tanaru). Os demais membros da tribo foram massacrados ou morreram por motivo de doença.
Terra Indígena Jacareúba/Katawixi, no Amazonas
Terra Indígena Igarapé Taboca do Alto Tarauacá, no Acre
As demais Terras Indígenas onde ocorre a presença de índios isolados, são as seguintes:
Terra Indígena Awá, no Maranhão – Guajás.
Terra Indígena Nivarura, no Amazonas. Contatados pela primeira vez em 2010.
Terra Indígena Avá-Canoeiro, em Goiás – Avá-Canoeiros.
Terra Indígena Arara do Rio Branco, no Mato Grosso – Isolados da margem esquerda do médio Rio Roosevelt/Rio Branco.
Terra Indígena Parque do Aripuanã, em Rondônia – Isolados da margem esquerda do médio Rio Aripuanã, Isolados do Rio Pacutinga/Aripuanã, Isolados do Médio Rio Branco do Aripuanã.
Terra Indígena Bujiwa, no Amazonas. (Contatados pela primeira vez em 1943).
Terra Indígena Caru, no Maranhão – Guajás (Isolados do igarapé Água Branca).
Terra Indígena Inãwébohona (reserva sobreposta ao Parque Nacional do Araguaia) e uma pequena parte da Terra Indígena Parque do Araguaia, no Tocantins – Avá-Canoeiros (Isolados da Mata do Mamão).
Terra Indígena Kampa e Isolados do Rio Envira, no Acre – Isolados do rio Envira.
Terra Indígena Kaxinawá do Rio Humaitá, no Acre – Não identificados.
Terra Indígena Koatinemo, no Pará – Não identificados.
Terra Indígena Menkragnoti, no Pará – grupo Mengra Mrari.
Terra Indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima – Não identificados, tendo sido descobertos em 2006. Estão localizados em área bem próxima ao Monte Roraima e ao Monte Caburaí (2 a 4 km da tríplice fronteira entre o Brasil, a Venezuela e a Guiana).
Terra Indígena Mamoadate, no Acre – Mashko (Isolados do Alto Rio Iaco).
Terra Indígena Jaminauá/Envira, no Acre – Isolados das cabeceiras do rio Jaminauá. (Parte do grupo indígena Papavo)
Terra Indígena Rio Teá, no Amazonas – Quatro bandos do grupo dos Macu-nadebes: Cabeceira dos rios Waranaçu e Gururu, Médio rio Tiquié, Cabeceiras dos rios Curicuriari e Dji, e Cabeceiras do rio Teá. Outros dois bandos próximos ao rio Eneiuxi (Médio rio Eneiuxi) e ao rio Urubaxi (Cabeceira do rio Urubaxi e Bafuanã), são possivelmente do grupo dos Macu-nadebes.
Terra Indígena Parque do Tumucumaque, no Pará – índios isolados da etnia Akurio.
Terra Indígena Uru-Eu-Wau-Wau, em Rondônia – de quatro a seis grupos de índios isolados, incluindo os Isolados das cabeceiras do rio Muqui, os Isolados do rio Cautário, os Isolados das Cabeceiras do rio Água Branca e os Isolados do Rio Jurureí.
Terra Indígena Vale do Javari, no Amazonas – sete grupos de índios isolados: Cabeceiras do igarapé Santana e do igarapé Flexeira, Korubos, Isolados do Rio Coari-Rio Branco, Isolados do Rio Quixito, Isolados do Rio Jandiatuba, Isolados do Alto Rio Jutaí e Isolados dos rios Jaquirana/Amburus.
Terra Indígena Waimiri Atroari, no Amazonas – índios isolados no Formadores do rio Alalaú (povo Piriutiti) e nos Formadores do rio Jatapu (povo Karafawyana ou Chamakoto).
Terra Indígena Xikrin do Cateté, no Pará.
Terra Indígena Araribóia, no Maranhão – Isolados dos rios Buriticupu e Taruparu.
Terra Indígena Cuminapanema, no Pará – grupo dos Zo'é. São classificados como índios isolados pela FUNAI, mas já estão em processo de integração com a sociedade nacional.